terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Qualidade de Vida / Estresse Infantil

Por: Ana Carolina Caires

Nervosinhos...
O bombardeio de informações, os avanços tecnológicos e a agitação da modernidade estão deixando os pequenos cada vez MAIS TENSOS.

A infância está cada vez mais curta.As tradicionais brincadeiras de rua, os carrinhos e as bonecas perderam seus lugares de destaque para aparatos tecnológicos, kits de maquiagem e todas as outras preocupações típicas de adultos.  Hoje as crianças realmente se comportam como miniadultos, e até os sintomas psicológicos são parecidos.  Eles, definitivamente, estão perdendo a infância.  É nesse contexto que surge o termo "estresse infantil", que pode ser interpretado, de acordo com Gustavo Teixeira, médico psiquiatra, especialista na infância e adolescência, do Rio de Janeiro, RJ,  como uma reação emocional que tem componentes físicos e psicológicos que podem surgir diante de qualquer mudança da vida que acaba amedrontando a criança, como uma crise econômica ou desemprego, brigas e disputas dentro da própria casa, por exemplo,  ou até mesmo sentimentos de inferioridade e incopetência para resolver problemas.  "Assim como no estresse de adultos, crianças que convivem em ambientes domésticos violentos, morando com pais agressivos e negligentes, tendem a sofrer desse mal.   Aém isso, lares onde a cobrança por desempenho escolar é muito grnde podem ser geradores de estresse infantil,"explica.

A culpa é de quem?

É possível deduzir que os pais são os maiores responsáveis por isso.  Contudo, nem percebm que muitas vezes sobrecarregam a criança com milhares de afazeresou dramas familiares, e deixam de dar a atenção devida aos pequenos, estressando-os.  "Pais presentes, amorosos e que dedicam um tempo para dar atenção aos filhos diminuem as chances de que eles sofram de estresse infantil: amor e atenção são fundamentais para criação de filhos saudáveis", revela o médico.
O divórcio também pode ser um dos causadores desse mal, pois muitas crainças adquirem o sentimento de rejeição.  A psicopedagoga Vléria Ferreira, de São Paulo, SP, acredita que isso acontece principalmente nas que não foram preparadas para perder ou passar por frustações.  "Elas acabam sendo colocadas em uma situação que não esperavam," diz.

TRATAMENTOS

Nem sempre é fácil.  Os sintomas do estresse infantil variam entre emocionais (choro em demasia, insegurança, ansiedade, medo), comportamentais (agressividade, hiperatividade, distúrbios do apetite e do sono, brigas na escola, afastamento dos colegas) e físicos (dores de cabeça e de estômago e outros sintomas sem doença física).
Segundo Valéria, além da atenção redobrada por parte dos pais, os professores tem um papel fundamental, pois observam o comportamento de cada aluno e, se for preciso, devem recomendar uma avaliação com um médico especialista em comportamento infantil, psiquiatra da infância ou neuropediatra.  Dessa forma, ele poderá avaliar a existência de possíveis transtornos comportamentais ou fatores ambientais geradores do estresse.
De acordo com a psicopedagoga não há uma faixa etária específica em que os sintomas possam aparecer.  "Em geral as crianças estressadas estão na fase da alfabetização, com seis ou sete anos de idade. Hoje existem muitas cobranças e, às vezes, só de ter que escrever uma leitura cursiva a chamada 'de mão', já pode estressá-las", afirma.
Saber identificar e tratar o problema é muito importante para prevenção de prejuízos comportamentais que possam atingir os pequenos e as suas famílias. O tratamento depende muito da orientação dada aos pais, da ajuda de um psicoterapeuta cognitivo comportamental e, em casos mais sérios, medicamentos especiais

BOA LEITURA

Levantamento feito pela Secretaria municipal de Educação revela que o analfabetismo funcional dos alunos da rede pública está em queda.  Os números mostram que hoje há 7 mil estudantes do 4°, 5° e 6° anos nesta situação.  Em 2009, eram 28 mil.  Ou seja, 21 mil foram realfabetizados em classes separadas e com material didático específico.
O plano da prefeitura é reduzir quase a zero o analfabetismo funcional ainda em 2011.  Os alunos que têm problemas de leitura são os que mais abandonam os estudos antes da hora.